sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Em carta, viúva de Paulo Freire pede voto para Dilma Rousseff (PT)























Acervo Paulo Freire

Entre outros pontos, Nita destaca que o PT inseriu na sociedade as pessoas que antes eram marginalizadas; ela firma também que, se estivesse vivo, Paulo Freire votaria em Dilma.


Da Redação
A pedagoga Ana Maria Araújo Freire (Nita), viúva do educador Paulo Freire, escreveu uma carta em que pede apoio a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, do PT. Entre outros pontos, ela destaca que o PT inseriu na sociedade as pessoas que antes eram marginalizadas.
“Resgatar 40 milhões de homens, mulheres e crianças para a condição de sujeitos da história , que ganharam voz ao dizerem o que querem e precisam é um ato revolucionário de amor, de humanismo, de cidadania política e ética”, escreveu.
Nita ainda ressalta que, se estivesse vivo, seu marido Paulo Freire também declararia seu voto na candidata petista.
“Ouso falar em nome de meu marido Paulo Freire, que se vivo estivesse, estaria aqui, tenho certeza, com seus 93 anos, com sua lucidez, seriedade e firmeza, declarando seu voto para Dilma, ‘porque só ela, diria: pode fazer um governo eminentemente democrático por que só ela está favor da Nação e do povo brasileiro’.”
Paulo Freire foi o mais importante educador brasileiro. Seu trabalho, que revolucionou a alfabetização de adultos, é reconhecido como um dos mais significativos do mundo, rendendo 37 títulos traduzidos para dezenas de idiomas. Na política, Freire integrou o Partido dos Trabalhadores (PT), foi presidente da 1ª Diretoria Executiva da Fundação Wilson Pinheiro, fundação de apoio partidária instituída pelo PT em 1981 (antecessora da Fundação Perseu Abramo), além de Secretário de Educação da Prefeitura Municipal de São Paulo na gestão petista de Luiza Erundina (1989-1992).
Leia a carta na íntegra
Escrevi antes do pleito de 5 de outubro de 2014 os 13 motivos “Por que voto no 13”. Por que iria votar em Dilma Rousseff. 
Hoje quero me dirigir ao povo de meu país conclamando que todos nós votemos na reeleição de nossa Presidenta Dilma Rousseff, no 2o. Turno das eleições de 2014. 
Precisamos votar em Dilma não só por que ela é mulher, é íntegra, é honesta, é segura, é competente política e cientificamente falando para comandar nossa nação. Precisamos valorizar a sua história de vida: ela  lutou, com serenidade e galhardia, com riscos para sua própria vida, contra os militares no poder, a favor da vida, por um Brasil melhor e mais justo, desde sua adolescência. 
Precisamos reconhecer que ela reúne as qualidades necessárias para ocupar o cargo máximo de nosso querido Brasil: ela já deu provas cabais disso nos quase 4 anos de governo. 
Precisamos reconhecer que é ela quem representa o novo, o bonito e o que precisamos para consagrar o sonho de termos um Brasil justo, equânime, verdadeiramente democrático. 
O novo não é o que se “acerta dizer” na calada da noite inventando fórmulas mirabolantes de discursos dribladores da verdade com repetições sem nexo e sem consistência apenas para efeitos eleitoreiros. O novo não é um milagre da vontade de alguns ou algumas iluminadas. Não basta dizer “eu sou o novo”, “eu incorporo o novo”. Para qual novo? Contra qual velho? A favor de quem  o novo? Contra quem o novo? O verdadeiro novo é o que se produz e se constrói em dias e anos de luta, de discernimento, de colaboração com o povo ao se ir substituindo o velho, o obsoleto, o vazio ou perverso por algo ainda não conhecido nas ações concretas, na realidade social. Ou, com outras palavras, o novo é decorrência da realização efetiva da objetividade crítica e necessária para transformar a realidade social, provocada e mobilizada pelos sonhos utópicos de uma sociedade melhor e mais justa, pelas necessidades que somente os que têm vontade política, crítica e séria de mudar o mundo, conseguem fazer. 
O novo e o bonito são as instâncias antropológico-políticas que vêm se produzindo e se construindo no Brasil a partir da luta de Zumbi, de Antônio Conselheiro, de Euclides de Cunha, de Celso Furtado, de Josué de Castro, de João Cabral de Melo Neto, de Ariano Suassuna e, sobretudo de PAULO FREIRE, que estimulou o povo brasileiro a lutar para ter voz, ter saber e ter participação política, ao se conscientizarem para saírem da condição de Seres Menos para o de Seres Mais! 
Precisamos reconhecer que foi o 13, o PT, que ouviu estas vozes e planejou um orçamento da nação no qual incluiu, pela  1a. vez na história, os que secularmente apenas eram objetos da sociedade, os “desprovidos da fortuna”, os oprimidos e miseráveis. O PT, com Lula, colocou os “marginais” dentro, como parte da sociedade que vivia na marginalidade determinada pelos que se dizem, hoje em dia, os donos do novo. O novo que conhecemos a partir de 2003 foi um ato revolucionário, nunca visto entre nós, inconcebível até no governo anterior. Resgatar 40 milhões de homens, mulheres e crianças para a condição de sujeitos da história , que ganharam voz ao dizerem o que querem e precisam é um ato revolucionário de amor, de humanismo, de cidadania política e ética. 
Essa iniciativa do novo se completa no bonito -- que entendo ser a capacidade de grande parte da gente do país, de qualquer classe social, etnia, gênero ou orientação sexual – é poder estudar nas universidades e praticar em  intercâmbio de estudos no exterior, praticar esporte e fazer arte de todo nível e natureza. De poderem todos e todas viajar em férias, prantear seus mortos,  saberem-se cidadãos de seu país. 
O que precisamos é que este novo, este bonito, que se traduz no cotidiano de respeito às diferenças quaisquer que sejam elas estejam atentas na vivência dos verdadeiros direitos humanos, isto significa sua presença: no respeito ao índio, às mulheres e às crianças; na comunicação de uma mídia séria, sem mistificações e sem as maledicências das doutrinas ideológicas fascistas tão em voga em nosso país que copia do mundo esta forma facínora de entendê-lo; na educação exigente de formação científico-filosófico-política do professorado para a criatividade, o saber e a invenção, que propicie termos as tecnologias a nosso serviço; na terra repartida, sem latifúndios, sem milhares de pessoas sobrevivendo à beira das estradas esperando pela Reforma Agrária; nos impostos menos exorbitantes e eticamente aplicados para o bem geral. 
O que precisamos é este novo, este bonito, que se traduz numa economia para a primazia dos seres humanos e do Planeta Terra e não a do Capital, assim, sem desemprego e sem competições que desabonam os “mais fracos; na garantia de um Brasil mais empenhado nas políticas públicas que permitam: Mais Médicos; Mais hospitais. Mais Minha casa, minha vida; Mais cursos técnicos; Mais pesquisas científicas e tecnológicas; Mais escolas de qualidade; Mais formação técnica, moral e política para os educadores/as. Mais campus universitários espalhados pelos 4 cantos de nosso país; Mais creches. Nenhum analfabeto no país que tem o maior teórico e a prática da educação de adultos, do mundo, Paulo Freire. 
O que precisamos é que este novo, este bonito encontre solução para Mais segurança nas ruas e dentro de nossas casas, de nossos maridos/esposas, filhos/as, netos/as ameaçados, abandonados à própria sorte; Mais policiais inteligentes e menos truculentos; Menos fome; Menos fila nos hospitais; Menos massacres e exploração de mulheres, idosos e crianças; e Nenhuma perseguição, tortura e extermínio dos pobres e negros. 
O que precisamos, sobretudo é que este novo, este bonito encontre solução, urgente e eficaz contra a secular corrupção dos que “tomam” a coisa pública como se fossem sua propriedade, nos envergonhando e privando a nação de mais verbas nos empreendimentos sociais necessários. 
O que precisamos, precisamos mesmo é que este novo, este bonito que Dilma prossegue, com autonomia, com seu jeito doce e enérgico de ser, ao mesmo tempo,  iniciado no governo Lula, quando o Partido dos Trabalhadores, do PT, chegou ao Poder, em  2003, fruto dos antecedentes mencionados, ouça, entenda e traduza a alma e o corpo inquieto e rebelde de nossa gente brasileira, que sonha, acima de tudo com um país no qual seus políticos tenham honradez e probidade! 
Por fim, ouso falar em nome de meu marido Paulo Freire, que se vivo estivesse, estaria aqui, tenho certeza, com seus 93 anos, com sua lucidez, seriedade e firmeza, declarando seu voto para Dilma, “porque só ela, diria: pode fazer um governo eminentemente democrático por que só ela está favor da Nação e do povo brasileiro!” 
VIVA O 13. VIVA O POVO BRASILEIRO. VIVA DILMA ROUSSEFF, NOVAMENTE, PRESIDENTA DO BRASIL. !!! 
São Paulo, 16 de outubro de 2014.
Nita Freire
Ana Maria Araújo Freire

http://www.brasildefato.com.br/node/30264

Nenhum comentário:

Postar um comentário