terça-feira, 9 de novembro de 2010

JUSTIÇA FEDERAL SUSPENDE ENEM.

Mais um golpe na credibilidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A prova nacional, realizada no último fim de semana por 3,3 milhões de estudantes, foi suspensa em caráter liminar pela Justiça Federal do Ceará. A decisão, que vale em todo o Brasil, foi tomada ontem pela juíza Carla de Almeida Miranda Maia, da 7ª Vara Federal. Ela acatou um pedido do Ministério Público Federal (MPF) no Ceará. De acordo com o MPF, o erro de impressão na prova prejudicou os candidatos, já que o Ministério da Educação (MEC) deve realizar um novo teste para esses feras, alterando a igualdade de condições. O MEC informou ao Diario que vai recorrer da liminar no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), cuja sede fica no Recife. O Ministério terá dez dias para preparar o recurso. O ministro Fernando Haddad já disse que vai se basear na teoria de resposta ao item (TRI) para provar à juíza que as condições das duas provas serão as mesmas.

A suspensão do Enem não significa, no entanto, que haverá uma nova prova para todos os alunos que fizeram o teste. Ou que o exame aplicado foi cancelado. A decisão da Justiça Federal indica que o Enem está paralisado. Dessa forma, a juíza e o MPF podem verificar, com mais tempo e de forma detalhada, quais as explicações dadas pelo MEC para as falhas ocorridas no último sábado. Em todas as provas, o gabarito estava trocado. O cabeçalho indicava as questões de ciências da natureza, mas as numerações eram do teste de ciências humanas e vice-versa. 

Alunos que fizeram a prova da cor amarela no primeiro dia do Enem observaram questões repetidas. Em alguns casos, faltaram quesitos. Dois mil candidatos terminaram a prova incompleta. Entre eles os feras Rafael Rodrigues e Juliana Fausto. “O Enem perdeu sua credibilidade”, desabafou Rafael. Para minimizar o problema, o MEC informou que seria realizado um novo exame para não prejudicar esses candidatos. A informação, no entanto, desagradou o MPF no Ceará, que considerou a nova oportunidade “um golpe no princípio de igualdade dos concursos públicos”.A impressão das provas do Enem foi feita pela gráfica RR Donnelley, que assumiu a culpa pelos problemas. Em nota oficial, a empresa informou que o erro não foi detectado por causa do rígido sistema de segurança utilizado para evitar o vazamento da prova. No ano passado, o Enem teve que ser remarcado depois que a prova que seria aplicada foi oferecida a uma jornalista do jornal Estado de São Paulo. 

As “lambanças” na organização do Enem estão preocupando os estudantes pernambucanos. “Vi gente fazendo a prova com lápis e borracha. Eu não acredito mais no Enem”, afirma Wilton Viana, que tenta uma vaga no curso de gastronomia. O Enem substituirá este ano a 1ª fase do vestibular da UFPE e servirá como seleção única para a UFRPE e Univasf.

Fonte: diariodepernambuco.com.br

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