Diante da promessa de que irá ganhar os cargos que restam no segundo escalão do governo da presidenta Dilma Rousseff, a base aliada se comprometeu a aprovar hoje (16), na Câmara dos Deputados, o projeto de lei que aumenta o salário mínimo no valor de R$ 545 contra propostas de R$ 560 e R$ 600. Pelos cálculos de integrantes da base e até mesmo da oposição, o governo deve vencer com uma diferença de entre 150 e 200 votos. Com aval do Palácio do Planalto, a liderança do governo aceitou realizar votação nominal (em que o deputado registra o voto) para testar a fidelidade dos seus aliados.
Até agora, o único foco de resistência na base governista é o PDT. O partido defende um aumento de R$ 560 e colocou em risco o emprego do ministro Carlos Lupi (Trabalho) - que é também presidente nacional licenciado do PDT. Os pedetistas têm o apoio dos oposicionistas do DEM. No restante da base governista, as dissidências serão mínimas. Segunda maior bancada na Câmara, o PMDB garantiu 65 dos seus 78 votos. O partido é o principal interessado na nomeação de cargos de segundo escalão.
“Após a votação do salário mínimo, vamos ter uma reunião com os ministros Antonio Palocci (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Saúde) para definir um nome de consenso para a presidência da Funasa (Fundação Nacional de Saúde)”, disse o deputado Danilo Forte (PMDB-CE). Presidente da Funasa até abril do ano passado, Forte foi substituído por seu aliado Faustino Lins. Em princípio, Forte tentou mantê-lo no posto. Diante da negativa do governo, busca entrar em acordo com Padilha para indicar um nome de consenso entre PT e PMDB.
Nesta terça-feira (15), o vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer, foi pessoalmente à Câmara pedir que a bancada do partido votasse de acordo com a orientação do governo. Mesmo após ter perdido o comando da empresa estatal de energia elétrica Furnas, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) desistiu de apresentar uma emenda para o salário mínimo no valor de R$ 560.
Cunha contou que atendeu a um pedido do líder da bancada do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN). “Iam dizer que é retaliação”, disse. “Os R$ 560 vão surpreender, mas não o suficiente para derrubar a proposta do governo”, apostou o deputado. O líder Henrique Alves tem uma previsão mais otimista. Ele acredita que 70 dos 78 votos do PMDB serão favoráveis à proposta do governo. Para integrantes do PMDB, seria “um desgaste desnecessário” votar contra o que quer a presidenta Dilma neste início de mandato.
A exigência de fidelidade da base foi assunto da reunião de coordenação política realizada na segunda-feira. "A orientação é clara: aliado que é aliado vota com o governo. Se não votar, que vá compor a oposição. Não dá para fazer pose de governo na Esplanada e mudar quando chega no Congresso”, relatou ao iG um dos ministros presentes à reunião.
Fonte: www.blogdafolha.com.br
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