Palavras me acertaram com tal intensidade
que rasgou minha pele,
e atingiu bem fundo o meu coração.
Sangue escorreu pelos meus olhos,
a dor era tanta que eu gemia,
e sofria, e sofria…
Ele não entendeu tal agonia,
o rancor era tanto que ele continuou a me espancar,
com palavras tão fortes…
que eu mal conseguia falar.
Mas uma coisa eu tinha certeza,
aquele momento comprovou as minhas suspeitas,
e eu sofria, sofria…
Porque não queria acreditar,
que aquele homem que eu me propus a amar,
foi capaz de me violentar.
Com palavras que eu jamais teria coragem de usar,
e por alguns minutos eu não conseguia respirar.
A realidade estava lá e precisava enfrentar,
e assim foi feito.
Mas eu sofria, sofria…
Mas lágrimas de sangue foi preciso derramar,
em fim tive a coragem de falar.
O que naquele momento eu pensava,
fiz tudo de cabeça erguida,
pela primeira vez eu respirava…
E me orgulhei
de ver aquela mulher negra dilacerada,
se recompondo e não estava envergonhada.
De dizer que
Sofria, e sofria…
todos os dias, por ter nascido negra, mulher, pobre.
Mas com um coração nobre,
pronta para poder travar novas lutas,
todos os dias.
Porque em outros momentos a vida iria,
mostrar uma menina negra cheia de alegria,
que parou na rua pra te elogiar.
Aquele sorriso mostrou uma tal magia,
que ninguém no mundo lhe permitiu vivenciar.
Enviado por Jessica Silva Pereira via Guest Post para o Portal Geledés
Fonte: http://www.geledes.org.br/mulher-negra/
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