VIDAS
IMPORTAM MAIS QUE A ECONOMIA!
O SINDECC – Sindicato
dos Empregados no Comércio de Caruaru por meio de sua Diretoria, expõe em nota
seu entendimento contrário no que diz respeito aos pedidos da classe patronal e
suas entidades representativas que desde o início do fechamento de atividades econômicas pelo risco de contaminação, propõem a reabertura do comércio
varejista e atacadistas da cidade em meio a pandemia e a proximidade do seu
pico no estado de Pernambuco.
Somos contra a
reabertura do comércio, pois nesse momento de maior disseminação do vírus,
também estamos vivenciando um aumento assustador em casos de óbitos. Portanto,
seria irresponsável e inconsequente uma possível reabertura do comércio em
plena ascensão da curva de contaminação do COVID-19 em nosso país. Nosso
posicionamento segue o entendimento e as recomendações de especialistas e das
autoridades internacionais, que já comprovaram até o presente momento, que o
distanciamento social é a melhor forma de minimamente controlar essa trágica
pandemia, e assim evitarmos um colapso nos sistemas de saúde pública. No caso
de Pernambuco por exemplo, já estamos
com 98% dos leitos comprometidos, segundo dados da própria Secretária
Estadual de Saúde. Além disso, Pernambuco
é também o terceiro estado com maior número de casos fatais e o quarto com
maior número de infectados.
Entendemos a
preocupação com a economia e sobretudo com a manutenção dos empregos, mas não
podemos ignorar o risco que a maioria dos trabalhadores(as) de nossa cidade
estariam sendo expostos, pois os mesmos dependem do precário sistema de transporte
público de Caruaru, que por si só já acaba gerando um fluxo de pessoas acima do
recomendado pela OMS, além disso a reabertura do comércio colocaria os
trabalhadores(as) em com contato direto com possíveis transmissores do
COVID-19. Temos ciência de que nenhuma atividade econômica não essencial pode se sobrepor a vida das pessoas, sejam os
trabalhadores(as), sejam as pessoas de modo geral, o lucro não pode ser garantido em detrimento de vidas, portanto o que
deve ser feito nesse momento é uma grande aliança pela vida.
Está na hora dos
empresários colocarem em prática o discurso/retórica que adotam quando realizam
suas contratações e “missões”, pois há empresas sempre estampam em seus quadros
de aviso e painéis no interior de seus estabelecimentos mensagens e textos que
frisam sua “função social”. Sendo assim, esse é o momento de mostrar sua
preocupação social com seus funcionários mantendo seus empregos, garantindo os
salários e a integridade física daqueles que garantem o lucro e o
desenvolvimento de nosso município com sua força de trabalho.
Em entrevista ao The Guardian o cientista Cristian Drosten afirma
que “uma flexibilização para volta à normalidade pode provocar uma segunda
onda do Coronavírus ainda mais mortal. Isso porque muitas pessoas que
podem estar com Covid-19 não apresentaram sintomas, e ao entrar em contato com
as demais podem espalhar o vírus com mais rapidez. Apesar da Alemanha ter
adotado as medidas de proteção bem cedo, lá acontece o mesmo que aqui, muitas
pessoas acharam que o plano foi excessivo e agora caminham para um afrouxamento
do isolamento. No Brasil ainda não chegamos no pico de infecções previsto,
muito menos temos uma redução de casos, pensar em acabar com o isolamento
agora, é colocar todos em perigo.” Essa matéria do The
Guardian mostra os perigos desse inimigo invisível, usando o exemplo da Alemanha,
mas temos também o exemplo da Itália, onde na cidade de Milão, o poder
municipal não fechou o comércio, e houve uma mortalidade fora de controle,
levando médicos a terem que “escolher” quem morreria por falta de respiradores.
Outro exemplo negativo e mais próximo,
temos a cidade de Blumenau em Santa Catarina, que após um Decreto do Governo do
Estado permitir a reabertura do comércio, os números de novos infectados
dispararam, conforme matéria da ISTOÉ.
Sendo assim, está
entidade que representa os comerciários e comerciárias de Caruaru, preza pela vida e integridade física de sua
categoria e endossa a necessidade de
além da manutenção dos empregos, a garantia dos seus respectivos salários, e
que é de obrigação do Estado Brasileiro garantir subsídio as empresas e
total suporte aos trabalhadores e trabalhadoras desse país. A nossa luta deve
ser pressionar o Governo e não colocar em risco vidas, e é assim que
continuaremos!
Muito bem esses bostas estao achando que covid 19 é apenas uma gripizinha que vai passar assim do nada.
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